sexta-feira, fevereiro 27, 2004
É carnaval
A jornada de ida, entrando Brasil à dentro, foi tão tortuosa e longa que já mereceria um detalhado relato desse desbravador que vos escreve. Mas o foco da aventura está mais além, então saibam apenas que chegamos a Vila Rica quase exautos, depois de paradas necessárias, atrasos obrigatórios e retornos despendiosos.
A rebuscada cidade, com suas muitas ladeiras que subi (e as poucas que lembro ter descido), recebeu-nos de modo tímido. Nós, desgastados viajantes, só queriamos um pouco de paz antes das batalhas que nos aguardavam.
Foi em um rico porão, localizado em um famoso beco ( o mesmo há pelo menos duzentos anos), que tudo aconteceu. Eu não estava preparado, até porque acho que ninguém nunca está preparado para sua própria sorte, e devem reconhecer que a situação era deveras adversa. Achar ouro, ali?
Era um bandeirante, ambicioso mas aventureiro, e jamais poderia imaginar que entre Rainhas das Gerais e outras águas fosse me acontecer algo tão ardente.
Resolvi então deixar de ser ateu e me converter a Baco, que me acolheu em suas graças durante a viagem e naquele momento continuava a jogar sua benção em minha vida mortal.
Não podia acreditar, logo nas primeiras horas, ouro?
Juro, perante todos, ante o firmamento, fui até lá apenas me iludir com ouro dos tolos. Jamais sonhei tanto, de forma alguma...
A cidade celebrou a tempestade em meu peito, ardendo em volúpia popular. Dancem e bebam, mar de foliões, que é tudo por minha conta!
Quase perco meu precioso achado nos olhares e sorrisos da multidão, em libidinosa embriaguez.
Mas volto a civilização paulista, na feia realidade do século XXI, com algo em minhas mãos.
Rico?
"é promessa de vida no meu coração"
A rebuscada cidade, com suas muitas ladeiras que subi (e as poucas que lembro ter descido), recebeu-nos de modo tímido. Nós, desgastados viajantes, só queriamos um pouco de paz antes das batalhas que nos aguardavam.
Foi em um rico porão, localizado em um famoso beco ( o mesmo há pelo menos duzentos anos), que tudo aconteceu. Eu não estava preparado, até porque acho que ninguém nunca está preparado para sua própria sorte, e devem reconhecer que a situação era deveras adversa. Achar ouro, ali?
Era um bandeirante, ambicioso mas aventureiro, e jamais poderia imaginar que entre Rainhas das Gerais e outras águas fosse me acontecer algo tão ardente.
Resolvi então deixar de ser ateu e me converter a Baco, que me acolheu em suas graças durante a viagem e naquele momento continuava a jogar sua benção em minha vida mortal.
Não podia acreditar, logo nas primeiras horas, ouro?
Juro, perante todos, ante o firmamento, fui até lá apenas me iludir com ouro dos tolos. Jamais sonhei tanto, de forma alguma...
A cidade celebrou a tempestade em meu peito, ardendo em volúpia popular. Dancem e bebam, mar de foliões, que é tudo por minha conta!
Quase perco meu precioso achado nos olhares e sorrisos da multidão, em libidinosa embriaguez.
Mas volto a civilização paulista, na feia realidade do século XXI, com algo em minhas mãos.
Rico?
"é promessa de vida no meu coração"