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quarta-feira, julho 28, 2004

Eu preciso mergulhar dentro do furacão 

Vejo a morte nos olhos de outros, rondando, oblíqua.
Ainda se eu acreditasse em uma figura vestida de negro e foice, meu trabalho seria mais simples.
Mas sei que é só o vazio.
 
Vazio. Nada.
 
Por que ando na beirada do Abismo?
 
Como se pudesse dizê-lo.
Não se pode falar sobre Tudo, não se pode falar sobre Nada; na verdade não há diferença.
 
Talvez fosse mais  (ou menos) nobre (ou patético) explorar um continente além-mar, ou algum planeta astronáutico. Mas escolhi explorar isso que não pode ser dito. 
Só por isso me acho meio 'poeta'. 
Será que espero encontrar alguma coisa?
 
Até poderia fazer como todo mundo: enfiar a cabeça num buraco de ilusões e viver muito bem, obrigado, ocupado em nascer e morrer. Mas não suporto essa felicidade alucinada de avestruz. Essa vida vazia.
 
Nosso amor é para sempre, nossa vida é para sempre, a felicidade é tudo. Não precisar pensar; tudo são certezas, crenças, verdades...
 
Não vou deixar de amar, ou abandonar a busca pela felicidade. Só que lá no fundo eu sei que mentimos. Nos enganamos para suportar o Insuportável. Mentiras tão fundamentais como pão e água - mas mentiras.
 
Sei que a magia é truque; mas sou apaixonado por mágica.
 
Quero a rosa.
Não só a beleza e o perfume, mas os espinhos e o murchar.
Quero a rosa toda. Inteira, ela faz sentido.
Inteira que ela é linda.
 
"Pra quem vê a luz
Mas não ilumina suas mini-certezas
Vive contando dinheiro
E não muda na lua cheia"
  

 

quarta-feira, julho 21, 2004

Venho oficialmente comunicar 

Não tenho muito o que dizer.

Engraçado isso:
deve ter alguma relação com a tal quase plenitude;
ou a simplicidade de estar feliz.

Não sei. E agora pouco importa.
 

Se fumasse, estaria acendendo um cigarro.

"Under all speech that is good for anything there lies a silence that is better. Silence is deep as Eternity; speech is shallow as Time."




quarta-feira, julho 14, 2004

It's raining cats and dogs 

Por quanto tempo fui o rabo fugindo do cachorro.

Mais ainda o cachorro fugindo do próprio rabo.

Sorte que às vezes lembro que sou um cachorro só.

E olha que nem rabo tenho mesmo.

"Where do we go
Sweet child o' mine"

segunda-feira, julho 12, 2004

Na ponta da tua língua 

Não estava pronto ainda.

Por que teria que estar?

Vendo meu mundo desabar, cada tijolo um pontada no peito.

Queria correr, fugir, sumir. Fade to black.

Tanta confusão que nem tem por onde começar.

Essa mania de nunca chorar; engolir, sufocar.

'Sofremos os sonhos dos nossos pais.' Será?

Sentado na beirada da janela, sonhei que não era do chão que tinha medo; era da queda.

E por um lado estou cansado desse sofrimento besta.

De vítimas já bastam as crianças; eu não.



Nunca imaginei que, no fim, encontraria seu olhar.

E um 'ainda'.

Posso sorrir?


"Doctor, cure me;
what is the cause of my condition?
this madness shoots me,
like bullets smashing glass in a silent movie."



terça-feira, julho 06, 2004

O tempo não pára 

Algumas pessoas preferem ver o mundo sem cores;
preferem um mundo de preto e branco,
bom e mau,
certo e errado.

Algumas pessoas preferem dizer antes de ouvir;
fazem calar antes de escutar,
apontam dedos e sentenças,
acendem fogueiras e inventam castigos.

Algumas pessoas;
essas pessoas da sala de jantar.


Suspiro.


Poucas pessoas valem a pena.


"When life's not fair
True friends will always be there"

Quem tem medo de brincar de amor 

Quando estou longe assim, fica muito difícil:
Mania essa minha de pensar...

Mortal como todos, não sei o que fazer com tanto.
Esse medo azedinho doce que toma meu peito.

Fico subindo pelas paredes, quase em desespero
'grandes poderes, grandes responsabilidades'
Enroscado em minha própria teia.

O problema desse gato escaldado,
é que a água não é fria;
muito pelo contrário.

O que eu faço com tanta felicidade?

"We'll tiptoe to the sun
And do thangs I know you like

I think I'm in love again"



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