Rafa is the Matrix

Natal e ressaca de lado, começa hoje a epopéia em busca de 2004.

Uma longa e tortuosa jornada, com seu ápice em Ubatuba. Não sei o heroi volta vivo, portanto fica aqui os votos de esperança, felicidade e o diabo.

Até podia fazer uma Retrospectiva 2003, refletindo sobre o ano que passou...

..mas quem tem saco pra isso??

Já chega o da Globo - e o Especial do Roberto Carlos.

Adeus ano velho, feliz ano novo!

"Be at war with your vices; at peace with your neighbors, and let every new year find you a better man."

Querido Papai Noel,

E aí­, como está? Na correria pro natal, imagino? Abraços pros duendes!
Pois é, sei que estou te escrevendo meio tarde, mas sendo um bom velinho acho que vai deixar essa passar, não?
Bom, tá certo que não fui um menino muito bom esse ano, e andei aprontando das minhas... Ok, ok, aprontei pra caralho! (ops, digo, pra caramba)
Dê um desconto­, rolando parte da minha dívida pro ano que vem... ..ou melhor, desconta de todos os anos anteriores que o saldo foi menos negativo, o que vc acha?

Afinal de contas, ser bonzinho como o senhor pede é muito chato!

Como nunca me mandou o tal "saco de carvão" por não me comportar direito, acho que esse ano também não fará. Na pior das hipóteses, manda uns 3 sacos, que dá e sobra pros churrascos das férias...

Minha listinha: (escolhe o que for melhor pro senhor, hein?)

- Um novo Cd Player pro meu carro
- Um novo carro. Pode ser qualquer um, mas se quiser sugestões escolhe entre uma Lamborgini Diablo 6.0 VT, Dodge Viper GTS ou um Mustang antigão, anos 70.
- Um skate que flutua, que nem do De Volta pro Futuro 2
- Armas de painball
- O Um Anel
- Um ano grátis de Bohemia
- Ou um ano grátis de Black Label
- Se me der qualquer dos dois acima, inclua um ano grátis de Gatorade
- Imunidade total contra AIDS ou qualquer DST
- Uma garrafa de Coca mágica que nunca esvazia
- Uma quadra de futebol Society com placar eletronico, coberta.
- Ou um horário fixo para bater uma bola semanal no Morumbi ou Pacaembú
- A Fernanda Lima
- Clones perfeitos da Fernanda Lima, uns 6, todas ninfomaní­acas
- Um satélite espião
- Uma nave espacial que navegue no hiperespaço
- Os poderes do Superhomem
- Ou os poderes do Wolverine + capacidade de voar
- Uma cobertura com 1000 metros quadrados, de preferencia aqui por perto
- Um botão para ligar/desligar minha famí­lia
- Um controle remoto do tempo (time): slowmotion, Rewind e FF
- Pra não criar confusão, uma máquina do tempo (weather): temperatura, chuva, sol..
- Uma tv de alta resolução, de plasma, 60 polegadas, com som de cinema (dts?)
- Entrada VIP no cinema - sem fila, grátis, pro resto da vida
- Internet com velocidade de 2 gigas
- O computador do Minority Report
- Roupas novas
- Uma mesa de pebolim
- Um pacote com tudo pago pra conhecer o Japão
- 100kg de lagosta
- Um emprego que me pague uns U$10000 mensais
- Uma praia deserta
- Comer sem nunca engordar
- Um quadro do Hooper
- Perfume (Azzaro ou Paco Rabanne)

Ainda tem mais, mas acho que já tem umas boas opções...
Se não der, pode ser um 2004 com amigos, um grande amor, sucesso profissional, loucura e felicidade.

"Well that's the funk elastic; the blunt I twist it
The slamafied, bonafied funk on your discus
Oh, what you messed with, you got to bear witness
Catch a 'Ho' and another 'Ho': Merry Christmas!"

Segundona sem porra nenhuma pra fazer?

Acordar meio-dia?

Ainda sonado encarar um belo almoço?

Férias!...........


"Outside, among your fellows, among strangers, you must preserve appearances, a hundred things you cannot do, but inside, the terrible freedom!"

Sabe aqueles desenhos que vem nas bandejas do McDonald's?

Comprovei que minha diversão solitária realmente existe: o ilustrador daquele monte de cartoons sempre esconde seu nome "Hiro" em seu trabalho. Muito melhor do que procurar o mala do Wally!

Nesse tema atual, "Amo muito blablabla", procurem no alto da folha, na placa de um carro: HIR0345 (o numero não lembro).

Isso é que é diversão!

"So you waste another day getting older and gray in the head"

Não é estranho que todas as coisas que "devemos" fazer para nos libertar e/ou ser mais felizes estão sempre no imperativo?

"leia um livro."
"sorria"
"abrace quem você ama"
(até o) "tome chuva"
"liberte-se..."

Recebo emails, vejo em filmes publicitários, ouço aqui e ali essas frases...
...será que para ser livre devemos obedecer uma ordem?

Então não vou sugerir nada a ninguém. Nem mandar!

Só posso dizer que uma manga inteira e uma faca velha me fizeram muito feliz. Como pude ter esquecido de como é bom se lambuzar inteiro, chupar o caroço e ficar com fiapos nos dentes?

Malditos franceses e sua idéia imbecil de inventar os talheres....

"I stand upon my desk to remind yourself that we must constantly look at things in a different way."

Uns e outros andam dizendo por aí que o "público" que gasta seu tempo navegando nessas bandas mudou.

Ou que esse público, de alguma forma, mudou o que é escrito aqui.

Como isso fosse o Domingão do Faustão ou alguma merda do gênero preocupado com "audiência".

Certo, mas quando tudo começou, o único leitor era eu!

Revirando minha gaveta, não é que encontro umas folhas velhas, com pensamentos, crônicas e poemas escritos a mão, a lapis? Tudo bagunçado, de qualquer jeito, com uma citação ou outra no meio de tudo...
Coisa que começou em 96 -século passado- e que continou até eu começar a escrever aqui.

Não é preciso muita astúcia para concluir: ISSO AQUI já existia muito antes de um tonto qualquer inventar o tal dos blogs!

Um amigo muito cabeça, mas que acho que nunca veio até aqui, me perguntou: "Blog? Mas isso é meio psicótico, não é?"

Respondi. "É."

Antes de tudo, isso aqui não é um blog propriamente dito; não é um diário virtual aberto a todos. Não conto como foi meu dia, o que almocei nem que horas fui no banheiro.

Mas não deixa de ser psicótico!

É justamente tudo o que eu fazia antes, pra deixar na minha gaveta da escrivaninha, e que agora é lido por quem quiser.
Meu eu, minhas viagens, que agora não separo dos outros. E por isso, psicótico sim. Ainda bem.

Aqui a Matrix sou eu. E Eu sou a matrix.

Público?
Sorry, you guys. But I don't give a fuck.

"O problema de ter sempre os dois pés firmemente plantados no chão é que você nunca consegue tirar as calças" J. D. Smith

Algumas coisas são muito viciantes.

Mas não deixam de ser ótimas!

Por isso não tem nada melhor do que largar de frescuras e preconceitos bobos (que não passam de desculpas esfarrapadas de um bando de maricas com medo do vício), e fritar o cerebro em uma bela noitada...

...dando tiros na cabeça dos amigos!

Sem ter nada pra pensar, além do puro instinto assassino liberto. Caçar e ser caçado.

Ah! A violência catártica completamente sem sentido!
A crua agressividade gratuita, muito bem empregada, obrigado!
Apenas você, um rifle, e os infelizes que cruzarem seu caminho...

"I love the smell of napalm in the morning."

Dia geral de faxina.
Procurava em meu porão lembranças que poderiam ajudar uma amiga. No meio de toda bagunça e bolor, encontrei um velho e-mail amarelado - ironicamente enviado dia primeiro de abril - que resolvi por pra fora. Já não faz mais sentido ficar guardado.

O tempo é um santo remédio, não é?

Além do que, diabos, eu gostei do que escrevi...

"Tem a ver com tudo, com o que somos, fomos, seremos. Meus fantasmas,
minhas lembranças, nosso hoje, nossa semana passada. Estou mandando o q anda
em mim.


Sinto vc do outro lado do meu coração partido,
nos pedaços de espelhos de meus sonhos.
Não sinto vc no enorme buraco em minha alma,
em minha vida,
em tudo.

Penso em vc na solidão de nossa eterna despedida,
na esperança de um até logo, até breve, logo mais.
Choro por não ser hoje o nosso agora,
a felicidade que teimou em ir pra outros lados

Vejo vc em cada sorriso bonito de um rosto qualquer,
nos olhos mais lindos que já sorriram pra mim
no por-do-sol no Arpoador
foi um Rio que passou em minha vida.

Cheiro vc em uma casa que hoje não é de ninguém,
onde vc está por todos os cantos,
rindo, marcada de biquini
vinda da praia

Enlouqueço com vc nesse amor que não acabou,
na minha briga com meu coração mutante:
'ela é minha menina,
e eu sou o menino dela.'

Ouço vc no manestrel brasileiro,
que vc me libertou para ouvir
nossa trilha sonora,
no samba de pé da minha neguinha,
linda, linda.

Aperto vc no ninar em meu peito
naquele nosso encaixe, perfeito
na nossa paz,
no seu controle perdido num carro,
numa sala, num quarto. Em mim.

Perco vc, minha melhor amiga,
cumplice, confidente
the same old fears,
wish you were here.

Amo vc.
sempre,
ainda,
Amo vc.

Aquele nosso beijo;
Rafa."

Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização


Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você

Now, READER, I have told my dream to thee;
See if thou canst interpret it to me, Or to thyself, or neighbour;
but take heed Of misinterpreting;
for that, instead Of doing good, will but thyself abuse:
By misinterpreting, evil ensues.

Take heed also, that thou be not extreme,
In playing with the outside of my dream:
Nor let my figure or similitude Put thee into a laughter or a feud.
Leave this for boys and fools;
but as for thee, Do thou the substance of my matter see.

Put by the curtains, look within my veil,
Turn up my metaphors, and do not fail;
There, if thou seekest them, such things to find,
As will be helpful to an honest mind.

What of my dross thou findest there, be bold
To throw away, but yet preserve the gold;
What if my gold be wrapped up in ore?-
None throws away the apple for the core.
But if thou shalt cast all away as vain, I know not but 'twill make me dream again.

No caso de pânico, aperte a tecla SAP aí ao lado (links)...

Se leu, entendeu, mas não faz idéia do que diabo é isso aí: invente.

As vezes, lá no fundo, acho muito bom que ninguém entenda sobre o que eu estou falando.

Não, não era sobre trabalho, labor, grana.
Pode até ser que seja também.

Mas é um trabalho num outro jardim.

Claro que este jardim também precisa de chuva.

No fim, é plantar e esperar que a vida cresca por ela mesma.
Mesmo querendo gritar, a plenos pulmões, com as pobres sementinhas lá no fundo da terra, mandando elas nascerem logo.

Mas como um bom caipira sabe, o melhor é sentar na sombra, acender um cigarro de palha, e esperar que o tempo faça seu trabalho.

"He has a mind of metal and wheels; and he does not care for growing things"

O pior não é ter que revirar a terra dura, já quase árida, cheia de pedras.
Nem os calos e as bolhas nas mãos que lutam com a enxada.
Ou mesmo o sol a pino, escorrendo pelo corpo cansado.

O pior é ter que plantar as sementes, pra matar amanhã uma fome que ronca hoje, sem a certeza que bons frutos virão.

Mas os homens chegaram até aqui fazendo justamente isso, não é?
Por que eu faria diferente?

"Eis o malandro na praça outra vez
Caminhando na ponta dos pés
Como quem pisa nos corações
Que rolaram dos cabarés"

Tudo o que repudio no nascer do sol, amo no poente.


No trânsito sempre engarrafado, quase bati o carro, distraído. Só os loucos e os sonhadores olham para o céu?