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quinta-feira, novembro 08, 2007

Garrafas 

Cidades invisíveis tomam a paisagem, inéditas e repetidas no horizonte de papel de parede, alheias à minha solidão.

As garrafas vêm e vão, saltando do engradado para o freezer, para a minha mesa e de volta ao engradado, tão iguais entre si que chega a coçar e aborrecer um pouco. Chegam suando, cheias de si e esperança, e partem tristes, ocas e áridas.

A poesia poderia ser sobre as mulheres; sobre os anos ou dias; sobre os sonhos; sobre lembranças que arquivamos sem querer.

A metáfora é prostituta, a escolha é fantasia sua.

Ou são apenas devaneios de um bêbado, em um vento triste que só quer dar frio. Estupidez sábia, brilhante bobagem.

Melhor trazer a saidera.




"E Polo:
- O inferno dos vivos não é algo que será: se existe, é aquele que já está aqui, o inferno no qual vivemos todos os dias, que formamos estando juntos. Existem duas maneiras de não sofrer. A primeira é fácil para a maioria das pessoas: aceitar o inferno e tornar-se parte deste até o ponto de deixar de percebê-lo. A segunda é arriscada e exige atenção e aprendizagem contínuas: tentar reconhecer quem e o que, no meio do inferno, não é inferno, e preservá-lo, e abrir espaço."

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